9.23.2014

Prepara-se, a partir de hoje, a Era Rui Rio

Terminou hoje a carreira política de Pedro Passos Coelho, na minha opinião. 

As notícias são más demais e indesmentíveis. 
Por isso ele, inteligentemente, não as desmente. Recorre à Procuradoria Geral da República para que, com o atraso esperado, possa terminar, pelo menos, o mandato. 

Mas nem isso é certo. 
Creio estar dado o golpe fatal na credibilidade do primeiro ministro, que será forçado pelos seus próprios pares - incluindo o presidente da República - a não se candidatar a um próximo mandato. 
Começa hoje, portanto, a luta pelo poder no PSD. 
Começa hoje a Era Rui Rio.

9.20.2014

Seia perde em todos os parâmetros económicos na comparação com os vizinhos

Oliveira e Seia têm praticamente a mesma população REAL.

Há muita gente que continua registada residindo em Seia e que já cá não mora há anos. Mas continua a constar nos Census 2011 e estimativas seguintes, que são feitas a partir dessa base de dados.

Seia sempre teve mais gente, mas como a queda demográfica tem sido muito mais acentuada em Seia do que em Oliveira, neste momento devem estar empatadas ou até já com ligeira vantagem para Oliveira.


Acontece que a dívida de Seia é 6,5 vezes maior que a de Oliveira.
Oliveira devolve impostos aos seus cidadãos e num valor dos mais elevados do país. Índice 82,5.
Seia não devolve nada e cobra tudo no máximo. IRS, IMI e Derrama.
Um cidadão Oliveirense paga a factura da água (incluindo os resíduos) com um desconto de 40% relativamente a um cidadão Senense.
Oliveira apresenta um índice de captação de empresas que é 6 vezes maior que o de Seia. Quer isto dizer que por cada empresa que se instala em Seia, instalam-se 6 em Oliveira.

Conjugando estes dados com os factos de em Mangualde e Nelas se passar aproximadamente o mesmo cenário comparativo, acrescido ao facto de que em Mangualde e Nelas se paga muito melhor do que em Seia forçosamente teremos que chegar à conclusão de que, a manter-se a situação actual, dentro de poucos anos Seia constituir-se-á como um manancial de mão de obra para os concelhos vizinhos.




9.19.2014

O que é que se está a passar na Catalunha e na Escócia?





Movimentos separatistas talvez sejam esvaziados desta vez mas, se tudo continuar como está, não o serão por muito mais tempo.

As sondagens dão empate técnico aos movimentos separatistas escoceses e catalães. A Catalunha colocou ontem cerca de 2 milhões de nacionalistas nas ruas. O referendo do dia 9 de Novembro foi considerado ilegal mas os catalães não querem saber disso para nada.

O que é que se está a passar na Catalunha e na Escócia?

Para além das motivações politicas históricas - que no caso da Escócia se perde na bruma dos tempos e no caso da Catalunha tem mais de 300 anos - basicamente neste momento é o reconhecimento que são regiões que poderiam sobreviver sozinhas com grande vantagem para os residentes. Visto por outro prisma, eles acham que a riqueza produzida nos seus territórios está a ser desviada para pagar dívidas das regiões mais pobres. E que eles nada ganham com isso.

Como consequência desse "desvio", os nacionalistas consideram que estão a ser saqueados com impostos quando afinal são eles quem produz a riqueza do país onde estão inseridos.

A Escócia tem a maior reserva de Petróleo da Europa e uma base de submarinos nucleares para além de Edimburgo ser um dos maiores centros financeiros da Europa. Foi anexada ao território da Grã Bretanha há 300 anos. Sempre lutou pela sua independência. O filme Braveheart, com Mel Gibson, ilustra essa luta medieval contra a anexação inglesa.

A Catalunha vale, grosso modo, um quarto do PIB espanhol. Comparando com Portugal, que equivale apenas a 16% de Espanha, podemos dizer que a Catalunha vale um Portugal e meio.

Apesar de 60% da sua economia ser baseada em serviços, é uma das cinco regiões mais industrializadas da Europa. Lá estão sediadas 60% das empresas americanas e francesas instaladas em Espanha, além de grandes empresas como a Volkswagen, a Nissan e a Renault. Siemens, Sony e Microsoft.

Portanto, mesmo que se consiga esvaziar este movimento, agora, com uma derrota nos referendos - o escocês realizar-se-á para a semana - ele voltará novamente à tona da atualidade política europeia porque as condições da Escócia e da Catalunha não se modificarão nos próximos anos. Pelo contrário. Esta crise financeira, ainda sem fim à vista, veio evidenciar ainda mais estas desigualdades territoriais tanto na Grã Bretanha como em Espanha.

Ele há coisitas... Escócia, a TVI e o Braveheart

O Jornal das 8 da TVI vai apresentar de seguida um paralelo entre a tentativa de independência da Escócia, gorada ontem pelo resultado do referendo, e a luta do "Mel Gibson" no Braveheart.

Falei nisso, aqui, há uma semana. Exactamente a 12/9 numa crónica que pode ser acedida aqui, no meu mural.
De vez em quando tenho a impressão que alguém nas TVs lê as minhas crónicas. Mas é claro que não. Simplesmente o que faz sentido parta mim também o faz para outros. Muitos outros.

Em países instáveis quem ganha é o medo.


O resultado do referendo na Escócia trouxe à evidência o que há muito se sabia: que o equilíbrio aparente que se vive na Europa é tudo menos estável.

Os países do Sul estão ligados à máquina. Portugal, Espanha, Grécia e Itália já mostraram que não são capazes de se equilibrar financeiramente. Mas destes, 2 são gigantes e não querem saber disso para nada. A Grécia é protegida e a ela se permite tudo inclusive o não pagamento da dívida. E do último - nós - ninguém quer saber a não ser dos juros e do dinheiro que foi emprestado a preços draconianos.

Dentro do gigante espanhol,  a Catalunha está farta de contribuir para o resto do território e nada ganhar com isso. Será a convulsão que se segue.
Sulista, obscurantista e, neste aspecto, quase português, o governo espanhol não admite o referendo.

É pior.
Os espanhóis não são medrosos como nós e virão para as ruas fazer estragos.  E o referendo será realizado na mesma.

Mas não vale, diz o governo.
E depois?
Em Espanha o que vale é o que o povo ordena. Não é como aqui.

Não lhes reconhecem o referendo, preparem-se para chatices. 2 milhões delas.
Valia mais reconhecerem-no. Porque, na hora da verdade, a substancial parte medrosa do povo vem ao de cima. E vota contra o que não conhece.

Mesmo nos países mais instáveis da Europa o povo acaba por recusar o salto para o desconhecido.

9.17.2014

Reativar o blogue - assassino confesso entrega-se ao fim de 5 anos.

A partir de hoje volto a escrever no meu blog.
O facebook é muita mixórdia. Não há pachorra.
Tem que se saltar muita lixeira para se ver alguma coisa de jeito. Muito tempo perdido.
Escrevo aqui e puxo para lá só para facilitar aos facebookianos o acesso ao blog.


E começo por fazer 5 perguntas:

1 - Por que raio é que um tipo que se safou da investigação da autodenominada melhor polícia do mundo se entrega ao fim de 5 anos?
2 - Com arma e tudo?
3 - Alguma pistola de alarme transformada numa banal 6.35 mata alguém a 12 metros?
4 - Ainda por cima acertando na cabeça?

Era tão bom que começassem a contar a verdade ao povo!

9.02.2014

A pobreza


Um terço dos nossos jovens são pobres. A nível europeu seriam 90%
Um terço dos nossos professores são pobres. A nível europeu seriam 90%
Ninguém de entre a classe política portuguesa é pobre. A nível europeu seriam 0%

Os números da Ruína portuguesa. Preto no branco.
Peça da RTP1
1 - Tínhamos que crescer 12% ao ano para conseguir travar o aumento da dívida. Crescemos realmente 0,5 ou 0,6%. 20 vezes menos. Mesmo que crescessemos 4%, a dívida aumentará sempre 9,2 mil milhões por ano.
2 - A Grécia exigiu de volta os milhões que o BCE ganhou com o resgate grego, apesar de mais de metade da dívida lhe ter sido perdoada.
Portugal não pediu esse reembolso desse lucro. Por isso perdeu mais de 4,6 MIL MILHÕES de euros. Só até 2016. Equivale a 13 vezes o buraco do Tribunal Constitucional, com que o governo e comentadores enchem a boca.
3 - O nosso desemprego aumentou em 9% enquanto na Irlanda diminuiu 20%
4 - Apesar disso a asfixia fiscal aumentou 69% o que significa que quem paga impostos está a pagar o dobro do que pagava em 2009.
5 - E tudo isto para quê? Para que a dívida portuguesa continue a aumentar 9,2 MIL MILHÕES /ano. Mais do que o que gasta o maior dos ministérios por ano: o da Educação que se fica pelos 8 Mil milhões

Não é possível a sobrevivência de um país nestas condições. Nunca conseguiremos diminuir sequer os juros da dívida, quanto mais dimi nuir a dívida total, que crescerá, de facto 9,2 mil milhões por ano.
Em 2016 teremos novo resgate. E novos 50 ou 60 mil milhões para pagar a dívida entretanto acumulada. 
Não sei porque só há 2 ou 3 economistas a explicar isto ao povo.

https://www.facebook.com/video.php?v=827326863965496&l=3746015031128036515

A alternativa...?

Gastar 39 Milhões para fechar tribunais e meter os processos em contentores em parques de estacionamento, não é admissível em parte nenhuma do Mundo civilizado.
Mas não se combatem governos estúpidos, déspotas e corruptos sem um povo inteligente e esclarecido.
Que é o que não temos em Portugal.
A alternativa é...?

De Vila Cova a Sandomil... ao lado do Alva

Harley Davidson em Seia