9.28.2013

Esta é a minha reflexão em dia da dita:



Será que o Poder local fez realmente BEM ao País?
Terá sido esta boyada que tomou as rédeas ao Portugal profundo realmente benéfica para alguém, para além da sua família?

E a resposta é, na esmagadora maioria dos casos: NÃO!
Muito pelo contrário.

Basta ver quem o defende acerrimamente e depois comparar o que se gastou em 37 anos de poder local com o que se fez REALMENTE em cada município para se chegar à conclusão de que 90% do que se gastou não tem qualquer justificação. E nem sequer incluo os ordenados dos autarcas nesta percentagem. Apenas valores de obra.

Com 10% do que se gastou em 37 anos, em apenas 2 ou 3 se fazia muito mais e melhor. 90% - para não dizer 95% - dos milhares de milhões que se deram de mão beijada aos construtores amigos de Norte a Sul no Continente e ilhas não foi mais que um crime de lesa-pátria. Para cada sítio para onde se olhe tropeçamos em obras sem utilidade nenhuma que custaram 10 vezes o seu valor real.
Ainda hoje se prometem parques infantis em aldeias despovoadas, onde o residente mais jovem tem 55 anos. Porque na festa de verão vêm os emigrantes e trazem as crianças!

Acompanhei 3 campanhas fora da minha Terra. Nas 3, a oposição acusa publicamente o mesmo construtor - por acaso de Seia - de compadrios, amiguismo, obras faraónicas desnecessárias de milhões que hoje estão às moscas.
Mas o construtor apontou alguma pistola à cabeça de algum autarca para o obrigar a fazer obra?
Evidentemente, não.
Foram os srs autarcas que quiseram mostrar obra e encher o olho ao povão. Por isso gastaram milhões em tijolo e cimento reles que agora ali está descarnado, podre, à vista de todos e - o pior de tudo - inútil.

Tribunais em Seia e depois em Gouveia. Palácio de Justiça faraónico em Fornos, a câmara mais endividada do país per capita.
Edifícios Novos!
3 elefantes brancos que perderam as respectivas comarcas e um deles está praticamente desactivado há anos.
Mas foram as orgulhosas pressões dos autarcas que os conseguiram.

Fora as obras locais pagas a peso de ouro e com trabalhos a mais a rondar o escândalo em praticamente todos os concelhos. Num interior criminosamente despovoado - que nem os Censos indicam ainda quanto - a esmagadora maioria dessas obras mostram-se tão inúteis à sua Terra como a mediocridade que as mandou construir. A mesma mediocridade - sob diversos partidos e cores - que há anos se perpetua no poder de norte a sul do país, à custa do "trabalho" em campanhas insultuosas da Inteligência do Cidadão. Mas que, pelo menos até há 4 anos, funcionaram bem.
Vamos ver amanhã se continuam a funcionar tão bem como no passado. Só o nível da abstenção o dirá.

Se o povo continuar a acorrer às urnas a votar nos mesmos atrasados e desgraçados de sempre, tem que se concluir que estamos ao nível do Botswana. Se, de Norte a Sul, o povo mostrar um cartão vermelho à estupidez e à boyada que há décadas se abotoa à custa dos seus impostos e falta de lucidez, um novo ciclo terá lugar.
Não tenho nenhuma esperança em nenhum novo ciclo, para já. Mas bem gostaria de estar errado.

Uma coisa é certa: estamos JÁ a pagar - com o despovoamento e a falta de emprego - todos estes roubos e crimes perpetrados pelo "Poder Local" contra o seu povo.
Esta é que é a verdade.
E por mais burocracias e Instituições e organizações e associações e comunidades intermunicipais - para se arranjarem mais uns tachos aos mesmos parasitas de sempre - que se inventam como cogumelos no outono, o mal está feito.
A machadada está dada. O crime foi cometido.

E vamos continuar a pagá-lo nas próximas 2 gerações, se ainda houver Portugal.
O que não é garantido.