11.14.2003

Jornadas Históricas... para ociosos?

Terminaram em Seia as jornadas históricas dedicadas à vida e obra de Álvaro Cunhal.

Terminaram, e a esmagadora maioria da população nem sequer se aperecebeu de que tinham começado.
Realizar Jornadas Históricas, com a devida vénia para a organização (que terá as melhores das intenções), durante as horas de trabalho das populações, é o mesmo que desprezá-las, digo mesmo: que insultá-las.

Por certo não esperavam que o senense comum pudesse pedir ao patrão 3 diazitos para assistir às jornadas, ou esperavam?
Assim, ali se veem sempre os mesmos: reformados, ociosos e professores que se baldaram 3 dias às aulas, para se valorizarem (?!) com as comunicações dos congressistas.

Eu afirmo sem hesitar que pavonearem-se sempre os mesmos "actores" e ociosos à  frente dos ilustres convidados, para lisboeta ver e senense comentar, é simplesmente algo de inqualificável que sinceramente me envergonha, enquanto cidadão desta terra.
Um exibicionismo podre de quem pouco ou nada faz na vida e se mostra, periodicamente, à sociedade de ociosos seus iguais, para não ser esquecido.

Seia não precisa, de todo, destas teatradas.
Seia precisa destas e de outras jornadas, sim, mas que possam ser frequentadas e disfrutadas pela população. Não por este repetido e corriqueiro clube de ociosos.
Por esta triste feira de vaidades balofa e medíocre.
Um autêntico desperdício.

Hoje, por exemplo, andava tudo que nem uns doidinhos a correr atrás do Pacheco Pereira....
Que vergonha... Quem tão pouco o considera, no dia a dia, colar-se daquela maneira miserável para aparecer, na rua e no restaurante, ao seu lado...

Eu digo que já chega de tanta palhaçada e tanto insulto a quem trabalha, nesta terra que parece mesmo tão desabitada de inteligência, que nem aquele notável intelectual consegue aportar a estes cérebros empedernidos algum fugaz benefício.

Jornadas culturais abertas à  população num país desenvolvido fazem-se em horário pós-laboral, e não durante as horas normais de labor, aquelas de que este país tanto pede e precisa para se livrar da triste situação militante de último lugar de uma europa cada vez de si mais distante.

Pensavam que iam para um safari para o Quénia...

Os valentes dos repórteres tugas, na boa, decidiram entrar no Iraque sem escolta nem nada, porque é claro que ninguém se ia meter com eles...
Os garbosos GNRs tinham-nos deixado na noite anterior entregues à sua sorte.
E eles, como era de noite e não havia por ali disco-nights, decidiram voltar para trás.
Hoje decidiram regressar para a frente.
Agora andam os ingleses à procura do jornalista português desaparecido.

A nossa GNR já tomou conta da ocorrência.

Democracia à Portuguesa

O povo tuga - essa entidade nebulosa que a classe política passa a vida a elogiar publicamente e pela qual não pode, de facto, nutrir maior desprezo, acaba de mostrar mais uma vez que bem merece o lugar que há décadas ocupa no ranking da qualidade de vida a nível europeu. O primeiro da tabela invertida.

A Sic Online foi forçada a encerrar o seu fórum público, dada a quantidade de insultos e mensagens miseráveis que aí eram apensas diariamente.

Há povos que não merecem, de facto, a democracia.
Eu conheço um.

116 mil baldaram-se

116 mil cidadãos não entregaram a declaração de IRS num dos últimos 3 anos.
Vão já ser notificados, garantem as Finanças, a partir da próxima semana.
Então e para quê?
Vão instaurar mais 116 mil processos, é?
Para somar ao meio milhão das operadoras de telefonia móvel e aos 200 mil da PT?
E quem os julga?
Os 10 mil tribunais que se vão construir para a semana?
Vai lá, vai...

Um pontapé num formigueiro

D. José da Cruz Policarpo, disse estar "apreensivo" com a segurança do contigente da GNR que seguiu para o Iraque.
"Penso que se estivesse no lugar deles também estava apreensivo", disse.
"Aquilo foi dar um pontapé num formigueiro", ilustrou.

Que rica analogia, esta do bispo, entre humanos (infiéis, é certo) e insectos.
Muito apropriado, para um profissional de Humanidades...